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A eficiência do uso da água nas indústrias de papel e celulose

A eficiência do uso da água nas indústrias de papel e celulose
2015 • 01 de dezembro

O fenômeno das alterações climáticas tem dominado a agenda política e midiática nos últimos tempos, colocando o assunto da eficiência do uso e do tratamento da água como grande preocupação em face de sua escassez na perspectiva global e em- presarial. Com a sala cheia do início até o final, o interesse dos participantes do 48.o Congresso Internacional de Celulose e Papel da ABTCP recaiu sobre a busca do setor por soluções para superar a crise hídrica durante a Sessão Temática sobre Água, realizada na tarde de 7 de outubro no Transamerica ExpoCenter, em São Paulo (SP).

José Reinaldo Marquezini, gerente técnico da Bignardi Papéis, define essas mudanças como consequências do crescimento populacional, gerando maior pressão sobre vários recursos naturais, entre os quais a água. “As mudanças climáticas recentemente observadas mostraram a fragilidade da raça humana em conseguir contornar problemas severos em curto espaço de tempo. Neste contexto, a sociedade está cada vez mais ciente da importância de se adotar seriedade no tratamento dos recursos naturais, algo a ser exigido de todos os atores. A realização da Sessão Temática sobre Água faz parte desse processo, demonstrando como o assunto se tornou prioridade no setor e constituindo-se em valiosa contribuição para o desenvolvimento sustentável”, destacou Marquezini. 

Para o segmento de papéis reciclados, a Bignardi Papéis provou a pos- sibilidade de reinventar seus processos. Hoje, a empresa tem capacidade instalada para produzir 60 mil toneladas/ano, figurando como a maior fabricante de papel reciclado para impressão e escrita do País. Dada a importância da água para seu processo produtivo, a utilização desse insumo e sua racionalização há vários anos estão entre os principais objetos de atenção para adequações fabris. Dessa forma, além da necessidade de alterações que já vinham sendo estudadas para suas linhas, outros fatores motivaram a implantação das recentes medidas: baixa disponibilidade hídrica, custo de emissão do efluente e busca por melho- rias nos índices de sustentabilidade.

“Foram 15 anos de estudo. Nesse período, promovemos a melhoria do processo por fecha- mento de circuitos, utilização de tecnologias a seco e reutilização de efluentes”, enumerou Marquezini. Em 2003, a empresa investiu em um novo flotador e filtros de areia contínuos na linha da MP1 e, em 2008, realizou a reforma da MP2 com uma nova linha de tratamento de água. Nos dois anos seguintes, investiu na substituição do sistema de selagem de bombas centrífugas e na aquisição de peneiras rotativas e flotador, além de decanters centrífugos para o lodo primário, sistemas automáticos de preparação de políme- ros, automação do processo e sistemas de aeração para as lagoas de estabilização.

Tais alterações levaram a empresa a reduzir de 76,8 para 16,7 m3/t seu consumo específico de água fresca em 2010. Após o desenvolvimento da prática de reutilização do efluente, hoje o número está em 6,3 m3/t, e o reúso de água do efluente alcançou a expressiva marca de 73%. Ao mesmo tempo que o consumo específico de água diminuiu bastante, a formação de incrustações e entupimentos foi inevitável, porém contornável, com adição e dosagem de químicos.

“A Bignardi mostrou como a criatividade é determinante no processo de tomada de decisão e enfrentamento de crises, seja pelo cenário econômico, seja pela crise hídrica – uma atitude exemplar desta empresa familiar, que adotou uma postura de governança corporativa séria e assumiu o desafio de continuar produzindo papel de qualidade e de forma sustentável, mesmo com investimentos expressivos”, pontuou Toledo Piza.

Para o moderador, a Sessão Temática foi muito rica e ao mesmo tempo inovadora, com “os casos mais desafiadores e criativos das empresas, a proposta criativa da agência reguladora ANA e ainda o importante estudo trazido pela CELPA sobre a estratégia de Portugal para o uso eficiente da água”. Ele finalizou com seu profundo agradecimento aos palestrantes e ao público que os prestigiou. 

Leia a reportagem completa no link a seguir - página 94: http://www.opapeldigital.org.br/pub/papel/?numero=25.